sexta-feira, 3 de julho de 2009
O selvagem do trompete
Imbatíveis: Prima & Kelly
Louis Prima não é muito lembrado hoje, mas ele foi um dos maiores artistas de smooth jazz dos anos 50. Trompetista e dono de uma voz um tanto característica, nasceu na mesma cidade de outro Louis, Louis Armstrong, e sempre foi comparado à Satchmo como a sua versão ítalo-americana. A diferença fundamental, porém, residia no fato de que Armstrong tinha uma outra escola, a de Papa Joe — King Oliver, extremamente selvagem & revolucionária (gênio dos gênios ao lado de Bach, na minha nada humilde opinião) enquanto Prima fez o seu nome durante a Era do Swing, tocando em big bands.
Outra diferença é que o ápice da careira de Armstrong se deu na Era do Jazz, nos anos 20 e 30, quando lançou uma série de gravações em 78 r.p.m que são o evangelho do gênero em todos os tempos, enquanto Prima se tornou mais conhecido nos anos 50 quando, junto com um combo chefiado por Sam Butera (sax tenor que era o solista dos Witnessess) & com sua (belíssima, deusa) consorte, Kelly Smith, criou pocket-shows que marcaram época naqueles sisud(íssim)os anos 50.
O magnetismo e o sucesso das apresentações chamou a atenção da Capitol Records, que sugeriu que Louis transpusesse o espírito pitoresco e muito bem humorada da sua performance de palco em disco. Assim nasceu The Wildest! Lançado em 1956, virou fenômeno de vendas — principalmente pela versão personalíssima de Prima para um medley de duas cançonetas do tempo da Primeira Grande Guerra, Just A Gigolo e Ain't Got Nobody. Para quem não ouve (ou não gosta/ & ou acha coisa de tiozão, etc), é um achado.
Louis Prima era imbatível nos anos 50: transformou Las Vegas na meca da perigrinação da nova onda do Swing em terra ianque. Os shows eram divididos em performances solo dos Witnessess, de Prima no vocal principal e de Kelly, respectiva e alternadamente, interpretando standards de jazz, como "Autumn Leaves" (Mercer) e "I've Got You Under My Skin" (Porter).
Um desses shows, felizmente, foi registrado e, quase meio século depois, foi lançado em CD: Louis Prima e Kelly Smith From Las Vegas.
Gravado no Hotel Sahara, em 1958, o CD (duplo) mostra exatamente como era assitir a uma performance de Prima e Keely: ele, elegante como um dândi, com terno de tweed inglês, aparentemente ciscunspecto mas extremanente cômico e ela, misteriosa e exótica, misturando momentos de sublime sensualidade e melancolia (que voz, meldels) com tiradas surpreendentemente cômicas (quem já ouviu o The Wildest! sabe do que eu estou falando). Mas o que poderia ser reles & banal é mágico: com um repertório impecável: "Nothing Can Replace a Man", "Too Marvelous for Words", Gershwin ("Embreaceble You") e, como não podia deixar de ser, "Buona Sera", clássico na voz de Prima.
Em tempo: existem outros discos de Louis Prima.
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2 comentários:
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SENHA
071207
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