domingo, 26 de julho de 2009

Ítem de Colecionador


O No Stone Unturned, de 1973

No tempo do long-play, era quase tarefa de gincana sair pelos sebos atrás do material que os Rolling Stones haviam lançado em compactos e EPs e que, naturalmente ficara de fora de álbuns de carreira &, principalmente, de coletâneas.

Em geral, eram B sides & faixas de extended plays que, pelo fato de serem obscuras, ou ficavam quase inéditas em relançamentos ou saíam em discos que, há muito tempo, já estavam fora de catálogo. A Decca chegou a colocar boa parte dessas faixas em compilações que foram editados na década de 70, mas que estavam fora de catálogo há muito tempo.

De forma ligeiramente oportunista, o selo colocou as faixas em quase uma dúzia de coletâneas de títulos que eram lançados sempre que os Stones saíam em turnê. O Metamorphosis, por exemplo, saiu junto com a Tour Of Americas.

A coisa só mudou (não necessariamente para melhor) quando, em 1989 (quando o quinteto britânico pôs o Steel Wheels no mercado), a London lançou o Singles Collection. Essa é mais completa seleção de compactos da banda de Mick Jagger, embora a maior parte do material tenha saído em álbuns de carreira.

Explica-se: nos Estados Unidos, tudo o que os Stones lançavam de forma esparsa em singles e EPs era reaproveitado (mais ou menos da mesma forma que a Capitol fazia com os Beatles). Eles juntavam um punhado de canções, e lançavam uma coletânea como se fosse um disco oficial.

Um exemplo clássico é o December's Children, que é um saco de gatos, e foi lançado como o disco natalino, em 1965.

O problema é que muitas desas coletâneas pós contrato com a Decca Records marcaram época, ainda mais aqui no Brasil. Não há colecionador ou rato de sebo que não se lembre (ou não tenha achado) de discos como o Rock'n Rolling Stones, Stone Age, Milestones, Slow Rollers.

Algumas tinham capas feíssimas, mas sempre traziam uma música que a gente não tinha na prateleira ou o compacto estava gasto, empenado ou pulando (ou as três coisas ao mersmo tempo). E, como a maioria daqueles discos sessentistas da London não saíram no Brasil (exceto o Out Of Our Heads americano e o December's Children, que aqui se chamou As Tears Go By), o jeito era apelar para esses adoráveis caça-níquels.

Curioso é que, mesmo depois do advento do CD, a Decca/ABCKO continuou nos esquizofrenizando com esas coletâneas sem pé nem cabeça.

Mas eu dizia que alguns discos marcaram época, e um exemplo é o clássico No Stone Unturned. Lançado em 1973, ele é totalmente composto de lados B de singles. E mesmo que sejam faixas pouco conhecidas, o disco parece ter vida própria: é delicioso de ouvir.

Por exemplo, Poison Ivy e Money são do primeiro Extended Play deles, de janeiro de 1964; The singer's Not The Song é B de As Tears Go By, de 1965; 2120 South Michigan Avenue é do EP inglês Five By Five;

Child Of The Moon (genial, genial) é B de Jumpin' Jack Flash; Surprise, Surprise não havia saído em LP no Brasil; I'm Movin' On é do EP britânico Got Live If You want It! (não confundir com o álbum, gravado um ano depois, em 1966), Stoned é B de I Wanna Be Your Man;

Sad Day é B de 19th Nervous Breakdown; Congratulations só havia saído nos Estados Unidos no 12X5, um disco que era o EP Five By Five com material do segundo álbum inglês (além da foto da capa); Who's Driving Your Plane, bluseira fantástica que eles nunca tocaram ao vivo, é B de Have You Seen Your Mother, Baby, Standing in the Shadow? e Long Long While B do compacto inglês de Paint It Black.



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Um comentário:

Anônimo disse...

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enquanto seu lobo não vem...