sábado, 5 de junho de 2010

Roque Tedesco


A capa

O Krautrock foi um movimento de rock de vanguarda que eclodiu na Alemanha no fim dos anos 60 e que abarcou diversas tendências do gênero entronizado por Elvis Presley nos anos 50 mais outras tendências que desaguavam na pororoca musical do começo dos anos 70, como a música concreta, eletrônica, a psicodelia e o progressivo.

O nome era uma brincadeira com a expressão "kraut", ou algo como chucrute, mais ou menos como os soldados aliados chamavam os militares do exército alemão. Algo como os nossos Pracinhas da FEB faziam ao chamar os homens de Hitler de "tedescos". Seria algo como rock tedesco — ou coisa parecida...

Mal comparando, era uma espécie de cognato ao estilo que surgiu na Cantebury do Soft Machine, só que em Essen, mais ou menos na mesma época.



Ou seja, mesmo ligeiramente afastados, ambos os movimentos chegavam ao mesmo denominador comum e aos mesmos resultados musicais. Essa nova onda trouxe bandas do estilo do Tangerine Dream, Triunvirat, Cosmic Jokers e do Faust, mas o maior produto do Kautrock foi o Can. No seu segundo álbum, Tago Mago, eles levaram todas as virtudes do novo estilo ao extremo, numa suíte musical dividida em duas partes.

Na primeira, nas faixas Paperhouse, Oh Yeah e Hallelwjah, eles ainda estão próximos do código do rock convencional; na segunda parte do álbum (duplo), principalmente em Aumgn e Bring Me Coffee Or Tea, eles se concentram numa viagemmusical sem precedentes, onde emvários momentos eles chagam às raias do hermetismo.

Contudo, o que parece ser algo aleatório esconde um trabalho cíclico e disciplinado, fruto de dias e dias de extensas jam sessions.

O segredo é que os membros do Can consegiram improvisar um estúdio em um castelo de um excêntrico colecionador de arte em Colônia, e ele lhes deu aval para que ensaiassem à vontade sem se preocupar com aluguel.

E, á medida em que iam tocando, muito do material executado era gravado edaquele caos nasceu Tago Mago.

Para a época, pelo menos, era o que havia de mais incomum, isto é, fora do âmbito do jazz e da música clássica (pós Stockhausen), ninguém chegaria perto do que eles conceberam dentro da esfera do rock. Como o soft machine, eles abdicavam cada vez mais de trechos vocais, fazendo um disco essencialmente instrumental.

Só por isso mesmo, Tago Mago preenche aquele puído estereótipo do disco sucesso de crítica e uma espécie de evangelho para os músicos das gerações posteriores (John Lydon, Bobby Gilespie e Thom Yorke são três exemplos de músicos beatificados pelo disco) mas desconhecido e subestimado pelo grande público.




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Um comentário:

Anônimo disse...

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