segunda-feira, 21 de junho de 2010

Moon In June


Clássico do Soft Machine


Antigo reduto calvinista e católico, Cantebury, é o berço e túmulo de do dramaturgo elizabetano Crhistopher Marlowe, a cidade onde fica a catedral de San Thomas Beckett, para onde os personagens do clássico livro de contos de Geoffrey Chaucer rumam para peregrinação e é a terra do Soft Machine.

Por conta deles, e de outros conjuntos como Gong, Gilgamesh e Caravan, ela se notabilizou, nas últimas décadas, por ser o lugar onde nasceu uma das cenas musicais mais singulares de todos os tempos.



Misturando incialmente Freejazz (no começo dos anos 60) e psicodelismo e música concreta num segundo período (fim da mesma década), esta cidade, localizada no extremo sudeste da Inglaterra entrou par a história da música pelo seu caráter vanguardista. Já o Soft Machine, como integrante desse “movimento”, passou por todas as suas fases.

O Third, de 1970, é o paroxismo da experiência sonora empreendida por Robert Wyatt e grande elenco. Disposta como uma suíte em quatro partes, o álbum (originalmente um vinil duplo) explora, dentro da linguagem do jazz fusion todas as possibilidades do gênero, num sentido cognato ao que Miles Davis buscou em Bitches Brew.

A diferença reside no fato de que o (então, com adição de músicos especialmente para o disco) septeto britânico utiliza elementos oriundos do rock e da música concreta — e uma estética que seguia mais os passos de John Coltrane da última fase, como do disco Sun Ship, por exemplo — ao passo que Miles optava por africanismos e fundamentos que ele trouxe da própria escola do jazz, onde ele nasceu e se fortaleceu.

Pois Third cria um duelo sonoro entre uma seção eletrônica, com sintetizadores (um Hammond e um Hohner Pianet) e tape loops (utilização de cortes de gravações de rolo ao contrário) e outra, baseada em instrumentos de sopro (dois sax, um alto e um soprano, flauta, clarinete) e cordas (um violino, mais precisamente em Moon In June).

A coltrneana e totalmente aestética Facelift foi originalmente gravada ao vivo, porém foi remixada em estúdio (o que explica os loops em sua coda).

Slighty All The Time, por sua vez, é uma mini-abertura, onde a primeira e terceira partes (a segunda é uma espécie de retorno do motivo musical original) são assinadas por Mike Ratledge e a central, uma (espécie de) cadenza intitulada Noisette, é de autorias do baixista Hugh Hopper (embora motivos da segunda parte aparecem na terceira — algo estritamente diverso do modelo clássico.

Moon In June se diferencia dos primeiros movimentos por flertar com a estética do progressivo e por não ser totalmente instrumental; também seria a última vez em que o Soft Machine comporia algo para a voz humana. Por destoar do conjunto, a banda não se interessou pela produção a faixa (embora Hooper tenha contribuído), e Wyatt (a composição é dele) teve que fazer praticamente tudo sozinho.

Third, em sua excelência de transição dentro do proejeto do Soft Machine, foi o último a trazer elementos da fase psicodélica/progressiva que os caracterizava: a partir do Fourth (1971) e, depois, sem a colaboração de Wyatt, a banda iria incluir cada vez mais instrumentistas de jazz e dedicar-se à esse gênero, nos trabalhos seguintes.



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Um comentário:

Anônimo disse...

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