quarta-feira, 16 de junho de 2010

O mundo aos seus pés


Primeiro lugar por quatro meses


Carole King é uma cantora e compositora
de mão cheia que pode ser comparada a Burt Bacharach. E, como o autor de I’ll Never Fall In Love Again, ela demorou um bocado de tempo para lançar-se numa carreira solo.

E eles têm mais em comum: ambos começaram estritamente como compositores e de cançonetas pop inocentes porém extremamente elaboradas, e que faiam sucesso na voz de conjuntos vocais idem típicos do começo dos anos 60.

E se Bacharach tinha Hal David, Carola tinha Gerry Goffin: juntos, eles se tornaram uma espécie de Lerry Leiber-Mike Stoller do pop ou, mais precisamente, a versão urigrudi de outro memorável casal de compositores do Nashville Sound, Felice and Boudleaux Bryant.

Juntos, o duo Geffen-King criou boa parte da trilha sonora dos anos 60, em temas como Will You Still Love Me Tomorrow, Chains, Natural Woman, He Hit Me, Crying In The Rain, Up On The Roof, One Fine Day, I’m Into Something Good, Pleasant Valley Sunday (The Monkees), Wasn’t Born To Follow (Byrds, que faria sucesso na trilha do filme Sem Destino).

A despeito de todo o talento, ela só havia se aventurado a cantar suas próprias canções uma vez, anos antes, em 1962, com It Might As Well Rain Until September.

No entanto, por ainda viver na diadura do Tim Pan Alley, quando o papel do compositor/cantor não fosse uma realidade no mundo pop, ela só voltou a apostar as fichas de novo em 1970, com o álbum Writer.

Embora aclamado pela crítica, não vendeu nada. A coisa mudou quando ela lançou Tapestry: foi um verdadeiro pandemônio.



Carole King conquistou multidões cantando de uma maneira simples, como ela é, sem floreios, e conseguiu com isso impor um modelo que muitas outras tentavam mas batiam na rede pelo lado de fora, como Laura Nyro (que, injusta e infelizmente, ainda é um tanto desconhecida do grande público) e abriu caminho para outras, como Carly Simon, por exemplo.

Em Taperstry, ela ainda conta com a ajuda de bons amigos, o intrépido James Taylor (que já havia colaborado antes, em Writer) nos violões, Danny Kortchmar (músico de estúdio, que havia trabalhado com ela tanto quando ela compôs um trio, chamado The City, quanto na parte acústica de Sweet Baby James, de Taylor) e Joni Mitchell, a musa blasé do folk, no coro.

Irretocável no tocante a arranjos e letras, Tapestry é um verdadewiro “hit singles pack”, uma feliz rescolta de belas canções — uma melhor que a outra. Desde velhos sucessos, como Will You Still Love Me Tomorrow (originalmente gravada pelas Shirelles) e (You Make Me Feel Like a) Natural Woman, clássico na voz de Aretha Franklin, ganharam versões mais lentas e intimistas.

Além desses, há os petardos It’s Too Late, So Far Away, Beautiful, a contagiante I Feel The World Move, Where You Leave e You’ve Got a Friend, que seria coverizada por James Taylor e grande elenco.

De quebra, como não poderia deixar de ser, Tapestry ganhou quatro (merecidíssimos) Grammy: álbum do ano, melhor performance vocal feminina, melhor canção para It’s Too Late e canção do ano, para You’ve Got a Friend.



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Um comentário:

Anônimo disse...

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