sexta-feira, 12 de novembro de 2010
The Madcap Laughs
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Madcap Laughs é um enigmático e pitoresco quebra-cabeças. A história é mais do que notória: começou quando o inglês Syd Barrett foi “demitido” da banda que ele fundara, o Pink Floyd, por conta do seu comportamento cada vez mais excêntrico e bizarro.
Com um punhado de canções, uma idéia na cabeça e ainda alguma razão dentro dela, gravou algum material acústico, em meados de 1968. O projeto ficou inacabado e foi para a gaveta, enquanto Syd deu uma sumida por uns tempos.
No ano seguinte, Malcolm Jones e os executivos da Harvest resolveram pôr Barrett na ativa.
Pegaram gente como Hugh Hooper e Robert Whyatt (ambos do Soft Machine), Jerry Shirlley (do Humble Pie) e preencheram os tapes engavetados. Syd convidou ainda David Gilmour e Roger Waters — que, respectivamente conheciam bem o ex-parceiro de banda, e podiam segurar a barra, já que o restante dos músicos ficava abismado com os modos do autor de See Emily Play mudava o tempo, o tom ou os acordes das músicas o tempo todo.
Whyatt conta que, em certos momentos, eles se exasperavam e, contando até dez, perguntavam ao nefilibata ex-líder dos Floyds qual era o tom da canção.
Syd olhava para eles e dizia: “Sim”, ou “Isso é engraçado”. A falta de entrosamento entre ele e os outros era tanta que, em algumas faixas, o trabalho é em cima da base deixada por ele no violão (como Dark Globe e Terrapin, por exemplo).
Quando o disco saiu, em fevereiro de 1970, a crítica foi nada rude com o resultado. Em parte, por se tratar de um trabalho que era, de certa forma, um reflexo do próprio estilo musical que “aqueles cabeludos” faziam na época. Ou, então, por achar que o maluco beleza Syd Barrett, como era de se esperar, estava a finalmente marchando a largos passos rumo à insanidade total.
Octopus, com uma letra birutíssima, soa engraçado se não soasse triste de se ver alguém como Syd perdendo a razão a cada música. No fim, se tornaria um testamento musical de um cara genial que, a despeito do uso desregrado de drogas recreativas, como o LSD, sofria de esquizofrenia e, segundo alguns biógrafos, padecia do mesmo mal que afigiu pelo resto da vida o mítico pianista e maior intérprete de Bach, Glenn Gould.
Já Gilmour corrobora a tese de que os problemas mentais de Barrett estavam ali desde sempre. “as drogas apenas potencializaram e provavelemente catalisaram tudo”, disse.
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2 comentários:
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Discaço! Mas prefiro o segundo, o Barrett!
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