domingo, 18 de julho de 2010

A garota chamada Dusty


Eis a capa


Nascida Mary O'Brien, ela ganhou seu nome artístico de forma curiosa: com seu irmão Tom (autor, entre outras, de Georgy Girl), formaram um grupo de folk inglês, o The Springfields — na verdade, um trio e, na "família", ela a garota chamada Dusty.

Para obter um acento mais norte-americano, chegaram a gravar em Nashville. A viagem, contudo, serviu para que ela descobrisse duas coisas: uma que ela não nasceu para aquele estilo e a outra, o eveverscente Ryhthm'n Blues ianque que emoldurava os sucessos pop do momento, e os compactos trique-trique rolimã da Philies do Phil Spector.

Já de volta à Inglaterra, no fim de 1963, Dusty escolheu a carreira solo. Com a visibilidade granjeada após alguns sucessos com os Sprinffields e com a Motown na cabeça, ela grava I Only Want To Be With You, ainda como integrante da banda, que acabaria pouco tempo depois.



Inspirado no estilo Wall Of Sound e à moda de suas cantoras, como Bob Soxx & the Blue Jeans os as Crystals, a canção, lançada em novembro daquele ano, chegaria ao quarto lugar nas paradas britânicas e, naquele momento histórico, entraria nos charts americanos junto com os Beatles, no pico da chamada Invasão Britânica, atingindo de cara o Hot 100 da Bilboard...

Enfim, não havia melhor forma de entrar na América senão dar-lhes a mesma panacéia que eles estavam acostumados a consumir.



Já que a fórmula deu resultado, o negócio era lançar um álbum. Gravado em janeiro de 1964, A Girl Called Dusty é uma rescolta de pérolas musicais escolhidas por Dusty, destacadas entre as que ela mais apreciava e que coadunavam com o blue-eyed soul da época e o repertório de cantoras como Petula Clark e Lesley Gore, por exemplo.

O disco é clássico suado de ponta a ponta. Explora desde a cantura de canções pueris, como sua versão para a adorável Mama Said até a gradação vocal de You Don't Own Me, cover de Lesley e, em minha humilde opinião, muito superior a original — a despeito de ser praticamente o mesmo arranjo. Mais: o soul da Motown com Mockingbird e um cover das Shirelles para Will Still Love Me Tomorrow (desta vez, a original é melhor).

A Girl Called Dusty
também é o começo da formidável parceria com Burt Bacharach: a emocionante Twenty Four Hours From Tulsa, Anyone Who Had a Heart e, claro, Whisin' And Hopin'. Com o tempo, de apenas uma, ela poderia — e seria considerada a maior intérprete do autor de I'll Never Fall In Love Again. Naquele mesmo ano, ela emplacaria outro tema de Bacharach, I Just Don't Know What To Do With Myself e, mais tarde, The Look Of Love, tema da primeira (e péssima) versão de Casino Royale).

A versão digital do álbum, originalmente composto de doze faixas, contém vários lados B de singles, remixagens alternativas e EPs (elepês de quatro faixas) e, óbvio, I Only Want To Be With You (que como foi lançado em compacto na Inglaterra, ficou naturalmente fora do disco, como era a cultura do mercado fonográfico britânico na época). Aqui incluem-se versões curiosíssimas de de Dusty para Can i Get a Witness (popularizada por Marvin Gaye), Every Day I Have to Cry (do Arthur Alexander) e Summer Is Over, de seu irmão Tom que, a essa altura, já colaborava com o trio australiano The Seekers.




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Um comentário:

Anônimo disse...

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